Quero dormir na praça do ferreira!
Esquecer a metonímia dos discursos vertiginosos,
não mais notar a dama-de-lama de vestidos pomposos.
Nem ter de dizer " não tenho" à criança sem eira nem beira.
Aqui, tudo gira inexprimivelmente fugaz.
Sinto os fantasmas silenciosos de outrora
Que em ossos efêmeros a imagem some na aurora,
Tornando-se poesia rica e tenaz.
Quero deitar-me nesses bancos e adormecer,
Sentir a vida escorrer por entre os dedos
Esquecer minha casa, Bartok e os arvoredos
E gritar com os habitantes dos bancos: eis-nos a perecer.
Já não posso mais, retornar à rua costumeira
Por onde eu vá, Mário em putrefera aparência
Está sempre a dizer:" porque não dormirtes na praça do Ferreira?".
segunda-feira, 27 de julho de 2015
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